quinta-feira, 22 de junho de 2017

42. COMBOIOS

Amontoados sob o frio dos arroios

eles nunca souberam madrugadas

em sonhos de ferrugens e comboios

os guerrilheiros de armas alugadas.


E muitos daqueles que se perderam

trigo nos campos estivais de outrora

foram soldados nus por quem morreram

sóis em fogo: por esses ninguém chora.


Ficando a marca em cada um de nós

o clamor surdo de um silêncio atroz

estrela cadente em confins da terra.


Ficou essa marca em cada um de nós

grito mudo na multidão sem voz

paz da pátria falsa no ardor da guerra.





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