domingo, 4 de junho de 2017

36. AMOR DE PERDIÇÃO

Teria flores de esgar para enfeitar teu seio

de potras ofegantes em brusca subida,

laço de corda, o flanar de asas ao meio

derramando sóis na cama enrijecida.


Dentro desse ar puro, na escuridão do céu.

Seria gume, cortando nuvens de centeio

e chiar de morcegos reclusos no mel

onde morre a alma partida ao meio.


Beijos para calar a boca de vinho doce,

sargaços de fria maré, o tempo me fosse

rodopio de folhas na louca ventania.


E o pulsar de corpos na fímbria do dia

esmaece o tempo do meu feliz degredo

onde berro no palácio febril  do medo.

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