quarta-feira, 14 de junho de 2017

37. FUGITIVOS

Tivemos que suportar a dureza das pedras nos pés,

subimos encostas lisas, vencemos o medo paralisante,

repousamos vitoriosamente no cume onde pousam os loucos.

Os corpos feridos, ouvimos o rugir de negras panteras,

o líquido voo dos carcarás famintos sobre a terra.


Onde vamos vivem os seres que regurgitam flores,

no interior das florestas, cobertas de espessas brumas,

e o eco dos gritos apodrecem nos ouvidos de bugios moucos.

Haveremos de suportar ali o silêncio de ferro, 

o peso do ar gelado nos pulmões, enquanto os rios choram.














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