domingo, 4 de junho de 2017

34. SOBRE A NECESSIDADE DE OUVIR

Existe uma coisa a ser pensada

no imenso novelo da vida.

Um lugar onde não haja o barulho

de buzinas e ronco de motores...

Um lugar onde os telejornais não alcancem,

com as últimas notícias de um mundo violento

e sem sentido.

Precisamos considerar que o vácuo

dos últimos acontecimentos

inscrevem na mesma sala escura

o mais recente ataque terrorista

e a surpreendente prisão do mais novo 

e insuspeito corrupto.

Não seria mais uma espécie de fuga,

pois se foge quando se deixa algo para trás.

Seria apenas outra forma de encarar os sons,

diluídos em gotas translúcidas de orvalho.

Seria uma forma de ouvir as vibrações

que emanam das afinadas cordas vocais

ocultas nas densas florestas.

Seria apenas uma forma de mimetismo

onde nossos pés se transformassem em raízes

e em nossos ombros repousassem os ninhos.





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