Alguém pode querer gritar ao lado
de mim, ferido e sem ninguém.
Que alguém pode assim ferir-se também
ao lado seu mais do que ao meu aberto lado.
Pois que chorar possa, não importa quem,
sob o seu flanco ferido e manchado.
Chore agora em soluço abafado,
ou alto grite, por algo ou por alguém.
Não choro eu. A minha dor aqui não cabe
e ninguém da ferida minha sabe,
mais que aberta em corte mais que profundo.
Porquanto posso, mesmo que ferido,
esquecer da ferida, adormecido,
homorrágico a tudo, a mim e ao mundo.
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