Morre-se em decúbito, e sangrando o dorso,
onde o punho faz tinir chibatadas puídas,
sal branco por sobre a roxidão das feridas,
para calar o choro do meu navio corso.
Morre-se sem chão, com o lacerado torso
exposto ao bico das aves espavoridas.
Sem razão morro, sob árvores parricidas
que me deitam no corpo folhas de remorso.
Viúvo de mim mesmo, espero rubras flores
que adornam jazigos e lágrimas sem cores,
curvas pontilhadas de cruzes nos caminhos.
Contarei o tempo no silício das chapadas
que incendeiam troncos e víboras tresmalhadas
quebram no meio a espiral dos redemoinhos.
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