Perdoa, se matei o teu ginete alado,
na exaustão da rocha, no ferir da espora
cega, pestilento cão anunciando o caipora.
Perdoa rápido, que passarei cansado.
Não olha para a serra, no cume adensado
onde vou desaparecer ferido por agora,
entoando os cânticos da derradeira hora.
Ouve apenas, com o coração trespassado.
Se com o tempo minha presença de vapor
diluir-se nas manhãs de luz, fímbria e ardor,
lembra o canto, sina do cavaleiro morto
que deitou tantas árvores pelas raízes,
soçobrou paineiras, afugentou perdizes,
e assim tombou flechado por um anjo torto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário