sexta-feira, 31 de março de 2017
22. MEDO
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Aqui, onde se ouve o medonho grito da raposa,
a escuridão lava o céu de nimbos conformados
e as estrelas são vaga-lumes pendurados
no chão invertido de quem na árvore repousa.
Aqui, onde a lua brilha o dorso castanho do jaguar
e se ouve o empalmar de folhas no alto das copas,
ecoa na lage o tinir dos cascos azuis das tropas
de anjos de gibão, alados, de armaduras em par.
E a cada rumor da brisa de prata, um sussurro
de centauro de olho esverdeado e ferido,
como a bruma das ninfas, o clamor puro do urro.
Aqui, onde meu pranto é reza senil, e ainda espero
vencer o medo, coisas estranhas e sem sentido
acontecem no porão escuro do desespero.
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