sábado, 1 de abril de 2017

23. CAMINHADA

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De onde eu venho as árvores são de ferro,

as estrelas são tochas de chumbo iluminando o céu,

e a navalha das chuvas em postas abrem o corpo.


De onde eu venho o poema inflama ínguas,

os versos queimam o dorso lenhoso dos dragões

e todas as frutas são da cor do bronze.



Passei ao largo com os andrajos em fogo

o aríete deitando abaixo portões e sarcófagos,


iluminado o terçado de sangue e o diamante,

topázio dos olhos, bruma dos castelos.



De onde eu venho somente os cães falam,

regurgitam carne podre, dançam a ciranda das tetas,

e em nome do pai, enterram-se ossos sob a cruz.



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