domingo, 26 de março de 2017
20. PROFANAÇÃO
Longo murmurar dos vinhedos causticantes
assombram as mulas do destino cansadas
e roubam o sono de almas penadas
no estio noturno dos bichos claudicantes.
Dentes de cristal fazem tremer arvoredos,
Lua de prata ilumina cemitérios de meninos,
uivos órfãos fazem badalar os sinos
e trombetas ocas soam tristes arremedos.
Vou chegando a esmo da montaria cega,
varando a escuridão rubra dos girassóis mortos,
exalando o etílico bafo de mil sentinelas.
Chegarei recitando banidos versos de poetas alados,
para o espanto soturno de milhões de morcegos peregrinos,
ao tempo em que adormeço ao coro dos anjos de bronze.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário