Entre a guerra dos homens eu caminho trôpego,
meus passos cortam as ruas de pedras ásperas
e vejo cães circulando entre carros e pessoas,
depois vão dormir ao lado de mendigos sujos e famintos.
De um mirante torto, janelas abertas para o mar,
emergem ervas daninhas buscando os raios do sol.
Nos azulejos trincados das fachadas faíscam meus olhos
de homem semi-louco, expropriado de angústia.
No parapeito da orla respiro o cheiro de mangue
por sobre onde revoam guarás ensanguentados
encerrando as inquietações do dia morno.
E aqui me vou tateando o ar rarefeito dos becos
a cidade resvalando sob os pés, o lixo onipresente
e dúzias de urubus ornamentados os postes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário