Eu tenho um segredo de águas corredeiras
que brotam silenciosas das rochas da amazônia
e vagam insinuantes na floresta
até formar os braços de caudalosos rios.
Eu tenho um sacro segredo de asas levíssimas
planando no mais alto da serra do Tiracambu
onde a névoa encobre os córregos
que serpenteiam até o Pindaré e o Gurupi.
Uma pluma, uma gota, na palma da mão,
na íris cega, no ar sem pulmões, nas unhas
sem dedos, no hálito balsâmico de hortelã.
No cheiro das primeiras chuvas eu alimento
meu sonho pagão de altares barrocos
onde a sede é leve e o céu se dilui em estrelas .
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