domingo, 30 de julho de 2023

108. AGOSTO XXX

Que pena que não houve pássaros febris

no cair da tarde, somente a luz do frio.

Se muito, o esvoejar de fogo dos colibris,

e agudos vagidos de infantes no rio.


E toda a força para pensar que eu tive

transformara-se em folhas e musgos do chão,

um pedra rija  que no peito eu mative,

raízes nos olhos, sulcos no rosto e nas mãos.


Que pena que os pássaros se foram embora,

levando consigo estranhos testemunhos,

de roupas no varal, retratos sem rascunhos.


E tudo passou como um sopro, por agora,

aves peregrinas em loucos redemunhos

de agosto, tropel de ginete, gibão e espora.

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