terça-feira, 21 de novembro de 2017

59. SOBRE A MINHA FALA

Estou bem, mas choro, por dentro,

meu peito virou um córrego torto,

onde bichos noturnos aplacam a sede.


Vejo luzes tímidas, vozes ao longe,

o resto é silêncio ao redor, chama fria,

vacilando no vento constante da varanda.


Meu pensamento inválido, gira, 

afastado de mim mesmo, onde o gato

repousa os olhos de fogo.


Onde eu deixei a fala, não lembro,

um bago de coco abrindo, machado,

por certo, na fria sombra do mato.

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