Fui menino que flutuou na correnteza,
o cobertor de sol sobre a pele queimada,
branca pluma, e tinha o afago de brisa alada ,
imóvel remanso na água da tristeza.
No verão era a vertigem do redemoinho,
tapete de folhas, frutos caídos ao chão,
o círculo do sol vermelho do sertão,
garranchos e cipós de multiagudo espinho.
De noite, ouvia o touro negro no curral
e a acauã anunciar o mormaço repentino;
na rede, entrevia passarinhos no beiral.
Dia de vento, era o ruidoso estrondo de portas,
o zigue zague zunindo das folhas mortas
e o guincho dos macacos dentro do cocal.
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