segunda-feira, 11 de abril de 2016

5. CAÇADA


Lá, onde sangram estranhos vagidos,
e a fome do carcará espera rodopiando a presa,
ouço o tropel da chuva por sobre o palmeiral.

Lá, onde cães transidos pelo frio rosnam a fome,
Posso ler os céus de chumbo açoitados pelo vento
E a garra do jaguar me abrindo o peito.

Quisera ter uns dias a mais no estertor da febre
Para curar a alma da tempestade que se aproxima.

Sentir a revoada de papagaios no pânico das águas
Singrando luz e relva, solidão e pólvora.

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