Tristeza que se
reflete nos olhos de quem olha,
no espelho atrás da
porta, pelo tempo carcomida.
Queria voltar
atrás, quando nem sonhava a partida,
vestido de metais
reluzentes ante a vista zarolha.
Alcei lanças de
fogo contra o céu que me roubou a cena,
com as vestes
empapadas de sangue das manadas
que atropelam
virgens nos campos de flores envenenadas.
Fui longe, seguindo
o curso dos rios, com trânsfuga pena
de adiar a sede e a
dor do mundo, ladrar de cães
prometidos à minha
morte, num abandonado matagal.
À beira da estrada,
costurei feridas no meu hálito de sal,
esperando romper a
aurora triste da partilha sem pães.
E aquele olhar me
sangrou por dentro a gota do peso mau
derramado na face
assombrada de um porto sem nau.
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