Hoje, a noite será povoada de vozes, e de imagens.
É no portão da casa que entrevejo minha pobreza
de solitária criança no mundo.
atravessa os rios e florestas do sertão.
Sem portas para bater, minha luz se dilui no escuro,
sem lamparina, sem fogueira, na cinza fria das chuvas.
Antes bastava subir no mais alto galho para respirar,
ver as coisas pequenas e simplesmente viver.
Hoje tateio cego no quarto lúgubre dos sonhos
à espera de um sinal, de notícias sobre o outro lado,
sobre o meu destino de cão consumido por varejeiras.
E simulo dois acenos, de mão dadas,
de uma porta entreaberta para a névoa do esquecimento
a que resisto, insone e ferido.
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