O tempo se mede pelas ausências.
Lugares vazios na mesa, cadeiras sem balanço,
redes sem ragidos de escápulas.
A humana lida é composta de saudades em fio,
muros em ruínas, casarões abandonados.
Cada falta vai se acomodando como as ervas nas frestas do piso.
A dor cansa e anestesia, até ao ponto de esvair-se da memória.
Difícil permanecer, se um grande amor aguarda
na outra margem do rio,
ansioso por festejar a dois a paixão da eterna juventude.
E a cada hora nos unimos e nos despedaçamos
feitos que somos de tempo e de solidão,
de chuvas e ventanias que sacodem as janelas.
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