domingo, 20 de agosto de 2023

112. TARDE DE AGOSTO

 Um dia de silêncio escorre lentamente 

dentro da tarde abafada de sons.

Eu me apego numa estranha razão de viver,

cheia de flores minúsculas, pedentes de vasos,

espalhadas aleatoriamente ao longo dos muros

cobertos de ervas e musgos envelhecidos.

Alguém grita no oco do mundo

onde portões de ferro batem com estrondo

e o eco de miados no sótão escuro

consome o que me resta de lucidez.

É dia, mas faz dolorido escuro

na mente onde badala o bronze de um sino.


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