Estou bem, mas choro, por dentro,
meu peito virou um córrego torto,
onde bichos noturnos aplacam a sede.
Vejo luzes tímidas, vozes ao longe,
o resto é silêncio ao redor, chama fria,
vacilando no vento constante da varanda.
Meu pensamento inválido, gira,
afastado de mim mesmo, onde o gato
repousa os olhos de fogo.
Onde eu deixei a fala, não lembro,
um bago de coco abrindo, machado,
por certo, na fria sombra do mato.
terça-feira, 21 de novembro de 2017
58. ESPERANÇA MATEIRA
Sempre tem um rastro no caminho, um alguém
abrindo a vereda onde o pássaro azul canta
e o sol invade o flanco da floresta santa.
Seguimos a luz sem ajuda de ninguém.
Sempre haverá esperança, esse voo para além
do horizonte, a mais alta copa que se espanta,
no revoar nervoso de mil asas que encanta.
Muitos caminham nessa vereda também.
Dê a mão, sinta o gosto da fruta temporã,
dance a ciranda, dê o beijo da boca irmã,
como se hoje fosse o teu derradeiro dia.
Sempre haverá saída, cantemos a vitória
daqueles que podem fazer a própria história,
abrindo a trilha com o facão da ousadia.
abrindo a vereda onde o pássaro azul canta
e o sol invade o flanco da floresta santa.
Seguimos a luz sem ajuda de ninguém.
Sempre haverá esperança, esse voo para além
do horizonte, a mais alta copa que se espanta,
no revoar nervoso de mil asas que encanta.
Muitos caminham nessa vereda também.
Dê a mão, sinta o gosto da fruta temporã,
dance a ciranda, dê o beijo da boca irmã,
como se hoje fosse o teu derradeiro dia.
Sempre haverá saída, cantemos a vitória
daqueles que podem fazer a própria história,
abrindo a trilha com o facão da ousadia.
sábado, 11 de novembro de 2017
57. SINAIS
Os sinais que vi, ninguém mais viu, é certo,
existiram como lembranças esgarçadas,
codinome do medo em loucas gargalhadas.
E calei, como que pregando no deserto.
Eu, jovem, tinha cisma com o mar aberto,
temendo ouvir sereias em praias naufragadas
e sumir no mar, de lágrimas desfolhadas.
Vendi meu barco, por esse destino incerto.
Se os sinais que vi eram sonhos, não sei tampouco,
alimento poucas crenças, meu grito é rouco,
o olhar se apaga, como um farol de ilha perdida.
Esqueci de esperar, embora haja esperança,
nos sinais que te anunciavam, como lembrança,
no horizonte vermelho onde encantei a vida.
existiram como lembranças esgarçadas,
codinome do medo em loucas gargalhadas.
E calei, como que pregando no deserto.
Eu, jovem, tinha cisma com o mar aberto,
temendo ouvir sereias em praias naufragadas
e sumir no mar, de lágrimas desfolhadas.
Vendi meu barco, por esse destino incerto.
Se os sinais que vi eram sonhos, não sei tampouco,
alimento poucas crenças, meu grito é rouco,
o olhar se apaga, como um farol de ilha perdida.
Esqueci de esperar, embora haja esperança,
nos sinais que te anunciavam, como lembrança,
no horizonte vermelho onde encantei a vida.
segunda-feira, 6 de novembro de 2017
56. MENINO DO SERTÃO
Fui menino que flutuou na correnteza,
o cobertor de sol sobre a pele queimada,
branca pluma, e tinha o afago de brisa alada ,
imóvel remanso na água da tristeza.
No verão era a vertigem do redemoinho,
tapete de folhas, frutos caídos ao chão,
o círculo do sol vermelho do sertão,
garranchos e cipós de multiagudo espinho.
De noite, ouvia o touro negro no curral
e a acauã anunciar o mormaço repentino;
na rede, entrevia passarinhos no beiral.
Dia de vento, era o ruidoso estrondo de portas,
o zigue zague zunindo das folhas mortas
e o guincho dos macacos dentro do cocal.
o cobertor de sol sobre a pele queimada,
branca pluma, e tinha o afago de brisa alada ,
imóvel remanso na água da tristeza.
No verão era a vertigem do redemoinho,
tapete de folhas, frutos caídos ao chão,
o círculo do sol vermelho do sertão,
garranchos e cipós de multiagudo espinho.
De noite, ouvia o touro negro no curral
e a acauã anunciar o mormaço repentino;
na rede, entrevia passarinhos no beiral.
Dia de vento, era o ruidoso estrondo de portas,
o zigue zague zunindo das folhas mortas
e o guincho dos macacos dentro do cocal.
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