Esse vento que sopra dos meridianos
e faz gemer o ferrolho das janelas,
tangendo no céu o tapete das estrelas,
traz folhas vivas dos cemitérios acadianos
para dentro das casas como revoadas
de meninos. Essa claridade das frestas
que resplandece em azulejos de funestas
ruas (onde faiscam nas altas fachadas
partículas de sol e augúrios de sereias)
é como um grito que atravessa a baía
para ecoar nos Lençóis de alvas areias.
Esse urro de touro/jaguar na chuva fria
é meu entardecer de pássaros sem cadeias,
é meu vodum de prata na lua que me guia.
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