Cada ano passa como um murmuroso esvoejar,
e ouvimos vozes nos corredores escuros, passos
que se alongam nos dias e dias a se perderem de vista.
Cada ano passa como manadas de cavalos,
melancólico tropel em nuvens, ventanias
que rodopiam em folhas, depois em chuva.
Eu finjo me manter forte no leito das águas
mas meu pranto é reovada, grito no horizonte recurvo.
A cada passagem - que me dizem ciclo da vida -
morrem os nossos, descem as cordas e tocam os sinos
e nenhum sinal de que merecemos ficar
como pedra de sal no coração amargo.
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