Os caminhos percorrem em mim seu atalho
de manhãs quentes, com quase nada de sombra.
E lá entrevejo o facho do fogo que assombra
mais do que o veneno da cobra de chocalho.
Aquelas tardes de revoadas no horizonte,
alvas redes nas varandas, os cavalos
bufando nas coxias. Longe, o canto dos galos,
várias mulheres lavando roupa na fonte.
E o melacólico tresmalhar dos carneiros
ao cair da tarde nos campos baixadeiros
ressequidos, onde porcos magros fuçam.
Ouvindo o grasnar dos capotes, os cães aguçam
os ouvidos, rolinhas fogo-pagou soluçam,
nuvens se formam, antecipando o aguaceiro.
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