E, pela vontade de Deus, quando eu partir,
um rugido de jaguar ferido ecoará
no fundo da floresta e ninguém saberá
que, melancólico, não mais estarei aqui.
Pela minha ausência não haverá cantoria,
no horizonte verão pássaros em revoada,
cães tristes no terraço da manhã enlutada
e nos riachos não haverá mais pescaria.
Quando eu morrer, os cupins não sairão dos ninhos,
e as formigas, loucas, vão se perder nos caminhos,
enquanto meu corpo exale o cheiro de resina.
Adjunto ao caixão de cedro, uma lamparina
iluminará meus cabelos de brilhantina,
e o meu lábio entreaberto de rosas e espinhos.
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