Tão veloz que se passou, um frio do sertão.
Tudo passa, à revelia da vontade e sorte.
Efêmera é a vida, e para sempre é a morte,
pano branco e pranto derramado ao chão.
Dois anos passaram, a fivela e o arpão,
ferida rubra aberta no profundo corte,
lâmina dos ginetes, punhal contraforte,
nas águas salobras que me escorrem da mão.
Ainda ouço o grito empalmado na garganta
e o revoar de asas sobre a casa sem jardim,
uma ladainha triste e lágrima aos pés da Santa.
E tantas lembranças que revivem o fim
inconcluso - o que me dói tanto que espanta -,
são pedras, memórias, campinas de cetim.
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