Quinto mês, desde que o céu oscilou e ruiu.
Tinha a crença estranha de que não chegaria
esse dia de fúria, na quinta lua de abril,
redemoinho de folhas e ventania.
Quinto mês de luto, imenso vazio,
de cigarra na chapada, e de noite fria.
A tristonha sina da chuva se cumpriu
e eu pressenti a onça rondando a coxia.
Só lembro que tive sede, mas não bebia.
Tive fome, porém, comer não conseguia.
Virei ossada branca na vereda empoeirada.
E foi um choro triste de cauã empoleirada,
antecipando a estiagem de cada dia.
Ele se foi sem saber que eu também morria.
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