Enfim o dia mais temido chegou.
Eu me transportava para outro lugar, distante do desespero,
uma forma de me manter lúcido e ativo.
Mas por baixo de meus pensamentos de lago congelado
havia milhões de loucos gritando dentro de uma jaula.
O ar rarefeito do quarto comprimia o pulmão, me fazia buscar janelas,
e eu não conseguia olhar nos olhos dela, mãe inconsolada.
Eu senti a febre no último abraço, que esperava não ser despedida,
o adeus dos píncaros, o voo sonolento das águias
- salto para o abismo de enevoado despenhadeiro.
Hoje eu quero o silêncio, com sua água doce,
as nuvens oscilando no céu, a chuva torrencial dos dezembros azuis.
Agora, no vão da sala onde reside a cadeira de ferro enrijecida,
posso dizer o quanto a dor assombra e adoece.
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