Que tempo estranho esse que tudo chora,
que homens andam nus no agouro da gralha?
Que chuva de sal é essa, que se espalha
no torso oco da luz do lado de fora?
Quem me chama no escuro do portão?
- Um cheiro de flor anunciando o fim -,
cidreiras espalhadas no jardim
e o cheiro da peste orvalhando o chão.
Que tempo estranho, a ventania soprando
de baixo pra cima, pessoas morrendo,
muitos sóis engasgados no oceano...
As pessoas vagando sem destino certo
nas ladeiras, o cemitério aberto,
e alguém, enlouquecido, toca um piano...
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