Esse canto rouco que me chega aos ouvidos
resvalando nos troncos escavados por raios,
é o bramido de frio dos bugios transidos
na febre da manhã, o sol em desmaios.
A réstia abre a névoa dos alaridos
na revoada triste dos papagaios.
Eles cortam os ares nos ensaios
de novembro, mês dos frutos caídos.
Nuvens anunciam chuvas vesperais,
formigas perfilam-se em correição,
a acauã confirma todos os sinais.
Eu espero as águas febris da estação,
o olhar esparramado nos beirais,
ouvindo ao longe o ronco do trovão.
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