domingo, 20 de agosto de 2017

48. SENTIMENTO DE ESTAR SÓ NO MUNDO XXX

Nunca pude olhar nos olhos da tristeza.
Ela sempre fugiu de mim, envergonhada...
Sou testemunha imune dos anos felizes,
e da mansidão do tempo, 
correndo como água do córrego.
Nunca entendi profundas mágoas,
grandes e indisfarçados ressentimentos,
porque estive com os pés na areia fina,
ou trilhei veredas sombreadas.
Não me convidem para festas,
aglomeraçõs onde as pessoas falam gritando,
e gesticulando para afugentar os pássaros.
Não me levem a lugares em que a música 
não é a da chuva no telhado .
Eu prefiro a luz do sol, o perfume do sal,
e longínquas barcas no horizonte.

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