domingo, 15 de outubro de 2023

115. NO FIM DA ESTAÇÃO DOS VENTOS

 O céu encoberto anuncia o novo ciclo de fartura,

insetos buscam o pólem, os bichos sobem nas árvores

em busca de alimento, no alto das copas. 

O sol vermelho no poente disputa com nuvens escuras

e pesadas. 

É bom ouvir os pássaros voltando, junto com o zumbido das abelhas.

As flores se reúnem ao chão, vingando os frutos coloridos e multiformes,

no fim da estação dos ventos.

Em frente das casas de taipa, curumins brincam seminus,

sujos de nódoa, de manga e do caju.

Nas veredas, os cães magros farejam a caça,

e comitivas de homens e mulheres empunham petrechos de pesca.

De noite, vem o frio assustador, de final da estiagem,

pedindo fogueiras embaixo das redes.

E assim persiste até quando os primeiros raios de sol cortam a névoa

que desce de cima da serras encantadas do Alto Turiaçu.



Nenhum comentário:

Postar um comentário