sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

86.LEMBRANÇA FÚNEBRE

Ninguém soube o porquê da partida repentina,
não houve tempo sequer para a despedida;
Simplesmente desligaram você da vida,
como, de noite, se apaga uma lamparina.

Eu tive que engolir meu choro numa rede, 
ouvindo ao longe o tristonho canto da coan;
na memória, badalando a esperança vã,
o tic tac alto do relógio na parede.

Fui contando as horas para o raiar do dia,
as abelhas anunciando a chuva espectral,
pois que me convenci dessa ruptura final.

Hoje ainda relembro os momentos de alegria,
um luto frio que nem  chuva torrencial
lava, a casa grande, uma sala vazia.







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