terça-feira, 12 de junho de 2018

70. ALCÂNTARA

Tive sonhos que me guiaram dentro da noite,

loucos ginetes assustados com o puma;

Na calçada fria deitei na pedra do açoite,

contemplando  as estrelas, como um mar de espuma.


Os dias foram duros, uma lenta agonia,

mas havia o disco do sol preso na garganta,

vespas rondando uma dolorosa alegria,

e um navio encantado na Semana Santa.


Ouvia-se a onda na rocha do Itacolomi

bramindo a fúria do sal no cair da tarde

e nós, com os pés feridos no sambaqui,


com o rei da bandeira em grande euforia

(o murmúrio espectral do mar sem alarde),

víamos a barca fantasma na ventania.










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