domingo, 5 de novembro de 2023

115. O IMENSO VAZIO QUE FICOU XXX

Dia após dia, dois anos se passaram,
e o tempo não foi suficiente para a cura.
Um látego de fogo me corta a carne
choro de menino no quarto escuro
e a cada memória da passagem, a locomotiva do adeus.
A voz deles ainda ecoa triste nas paredes da casa vazia.
e eu me diluo no clarão das velas,
em um pranto rumoroso como o dobrar dos sinos.
E não há prece possível, pensamentos que acalmem
os pássaros peregrinos do horizonte febril,
a ventania das candeias, o cheiro do quintais
e a dor difusa da saudade impregnada nas paredes da casa.

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