Quando a mãe-da-lua canta
um estranho miasma evapora nos olhos do medo.
Os cães dos vizinhos respondem consumidos pelo frio,
lá onde a fome não espera, com o céu caindo sobre as árvores.
Uivam os cães, longa e tristemente
na ventania dos currupiras abalando os chocalhos.
Uivam os cães, loucamente,
pressentindo a chegada do jaguar de aço,
com os olhos de fornalha e a fome espetada nas malhas pretas.
Eu me lanço e resvalo nas pedras que dormem nos rios,
sangro as mãos, arranho o peito,
e de joelhos apodreço na relva.
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