quinta-feira, 12 de abril de 2018
67. AURORA SOLITÁRIA
Estou bem, o silêncio é meu guia.
Lá fora, cantam pássaros
e o sol rompe nas frestas da janela.
A paisagem está cheia de vapor,
gotículas em suspensão invadem a casa,
Não penso mais na grande implosão,
joguei fora os cacos e os entulhos que restaram,
musgo e ervas daninhas cresceram sobre mim,
e vou me erguendo em busca da claridade.
Não faço mais cálculos para o futuro;
meu tempo é sólido e permanente,
como raízes fundas de um velho ipê.
Minha voz ecoa no corredor frio de um casarão abandonado
e vou andando e tateando em busca de luminosidade,
guiado pelo canto de bem-te-vis que fazem seus ninhos
no mirante auspicioso de frente para o mar.
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