Sou apenas esse cavaleiro enlouquecido
sem o medo de me atirar no abismo.
Toda vez que me alcança o paroxismo
do ódio adormeço o pavor comedido.
Meu ginete bufa e salta, aguerrido,
entre alba e noite, suave antagonismo,
por onde arremeto o sonambulismo
da cruz e do espinho, o peito ferido.
No tinir dos ferros e da espora,
nunca temi a morte, nem o trovão
que no martelo de Badé evapora.
Passo firme, ateio o fogo com a mão,
carrego a toalha no ombro e vou-me embora,
filho que sou do aço e do trovão.
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