Cada sol vermelho ardendo no céu,
árvores tortas, calor vespertino.
Brandindo o chocalho, a tarde desce o véu,
e, triste, o mugido oco, grito de menino.
Vão-se os pássaros sem destino,
sobre mourões farpados, favos de mel,
queima o fogo no olho da cascavel
e ruge a fornalha no sol a pino.
Um fartume de cinza queima o rosto,
o zunir de cigarras sem recosto
que pousam na sombra do piquizeiro.
O suor derrama no chão a contragosto
e o aço das mãos queima no formigueiro
a sina furiosa do boi vasqueiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário