sexta-feira, 12 de novembro de 2021

99. SÉTIMO DIA DA PASSAGEM

 Agora é definitivo: foste.

A sétima vela será apagada, como a tampa do caixão.

Um murmúrio-choro conta o terço,

e eu me equilibro na borda de uma sepultura

cavada à unha, ferindo as mãos de anjos lúgubres.


No meu peito um sino enlouquecido dobra,

ecoa nos vãos da noite sertaneja, pontilhada de luzes.

Ninguém sabe, mas, no meu silêncio, grito

e muitas feras ouvem os meus vagidos de infante.


Como é grande o meu medo do escuro.




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