sábado, 15 de dezembro de 2018

73. SENTINELA DO ADEUS

Estranho quando vem a morte
e paralisa tudo, vento, sol e céu,
deixando apenas o inventário da memória.

De menino caçador na imensidão dos campos,
até a velhice  das mãos e dos olhos
poucos lembrariam, as lágrimas sulcando o chão.

Enrijecido corpo, urna de flores,
pela derradeira vez cruzando ruas da cidade,
um séquito de lembranças turvas em pleno dezembro.

O sino da capela chamará os desavisados. 
Eles virão aos sussurros, estremunhados de espanto.

Estranho partir, estranho choro, estranho mundo...





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