sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

67. MEMÓRIAS DE UM BAIXADEIRO


Épicos dias de travessia, reencontrando os guarás no céu azul, o boqueirão misterioso, a baía agitada;

Depois, a saudade do arroz de jaçanã e da farofa de jurará;

Como esquecer a dispensa dos queijos de São Bento,
as abelhas desgarradas e os paturis cantantes no terreiro;

As nuvens de mosquitos na enchente dos campos, o tanque de peixes, os bois marrequeiros e os caçadores;

Na memória ainda as viagens de canoa puxada à vara, cortando os mururus e orelhas de veado;

Longe, o melancólico horizonte de águas verdes;

Com esquecer minha presença na janela da casa grande, alongando a vista sobre a Ponta de Baixo;

e o grande armário de redes para o festejo de Santo Antônio,
ladeado por uma capela entupida de gente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário