segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

66. RIO DE PEDRA

Minhas manhãs anoitecem no rio 

onde Iaras resplandecem as escamas

e o tucano alonga o bico em chamas,

resvalando o olho no meu desvario.


Minha riqueza é o inventário do sol

e milhões de partículas flutuando,

um trono de pedra, pássaro voando,

e o entardecer crucificado no anzol.


A liberdade vai além da lua morta,

onde o pensamento voa como uma harpia.

É simples, perigoso e ninguém se importa


com esse clarão na casa vazia,

o coaxar de sapos na mente absorta

e o silêncio de ferro que a água urdia.

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