Quem um dia não deitou no chão afinal
para contar nuvens e as estrelas cadentes,
o disco da lua na láctea via transcendente,
um cheiro de castanha assada no quintal?
Quem nunca viu o pau d'arco florir no verão,
o oco dos troncos cheios de favos de mel,
juçareiras brotando alto, quase no céu,
e grandes buritizais em cachos no grotão?
Quem, menino, do lobisomem nunca ouviu
estórias, mas quem, mesmo nunca, ninguém viu,
e acordou com medo dos latidos na rua?
Quem um dia não voltou para casa correndo,
o peito arfando, de susto quase morrendo,
quando ouviu espantado o choro da mãe da lua?
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