segunda-feira, 24 de abril de 2023

107. POR UM INSTANTE DE SILÊNCIO

Eu tenho na mão uma chama estranha,

alvéolo, chaga, estigma, luz na escuridão,

que reluz e apaga como o fogo fátuo na campina.


Eu ofereço a minha mão ensaguentada,

aberta e no vermelho espalmada, a rosa púrpura

do jardim incendiado no timbre azul dos punhais.


Eu sei ferir as lâminas batendo asas, 

no assombro da língua desossada, 

candeeiro sem querosene, vela sem castiçal.

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