domingo, 20 de agosto de 2017

50. SENTIMENTO

Nunca pude olhar nos olhos da tristeza.

Ela sempre fugiu de mim, envergonhada...

Sou testemunha imune dos anos felizes,

e da mansidão do tempo, 

correndo como água do córrego.

Nunca entendi profundas mágoas,

grandes e indisfarçados ressentimentos,

porque estive com os pés na areia fina,

ou trilhei veredas sombreadas.

Não me convidem para festas,

onde se é obrigado a falar por falar,

e os cumprimentos obedecem rituais bisonhos.

Eu prefiro a luz do sol, o perfume do sal,

e longínquas barcas no horizonte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário