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Tinir de ferros na chapada.
É hora do choro dos órfãos
embalado por cigarras enlouquecidas de sol.
embalado por cigarras enlouquecidas de sol.
Hora do suor, do vazio da fome canina.
Perto do silêncio das coisas, resíduos de sertão e de árvores tortas.
Revoar de asas, onde a vista não alcança, espanto de onça acuada,
passos na folhagem, tremor de brisa, lufando nos pelos.
É hora de lutar, o cutelo enlutado espera.
Virão eles com a promessa de recriar o grito da Inhuma
e de refazer a água nos córregos secos.
Eles já estão vindo, os cães podem sentir o fartume do óleo,
as formigas se desesperam nas trilhas onde os fungos morrem.
Motores roncam para que as aroeiras cedam lugar à soja.
Longe, é possível ouvir o estalar dos troncos,
gemidos de floresta clamando.
Como vagidos de criança.