Meu velho pai, hoje as estrelas brilham,
o céu todo evapora a tristeza selvagem das serras.
Acho que tu podes sentir,
nosso destino foi selado nas trilhas, nas enchentes dos rios;
eu seguindo sempre teus passos, que me abria os caminhos.
Pai, como dói te ver prostrado,
contando os dias que tu ainda me abraças,
o perfume de rosas rubras testemunhando nossa dor,
a janela do quarto aberta para as mariposas das chuvas.
E a fala importa menos que o olhar,
vagando no céu, esperando a brisa fria do inverno.
Eu te sinto na fome do jaguar e no tropel furioso dos cavalos.
Pai, olha, as estrelas estão brilhantes no céu...